Primeiros dias da Rio+20
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
No meu
último trabalho sobre o tema do desenvolvimento sustentável, cuja conferência
mundial está ocorrendo no Rio de janeiro, desde o último dia 13, com o nome de
Rio+20, ressaltei o empenho dos países procurarem dar solução aos problemas do
nosso planeta sem, entretanto, um alcance mais objetivo, ou mesmo qualquer
projeto que venha equilibrar nosso comportamento com relação a preservação da nossa
biodiversidade.
Nesses
primeiro dia do encontro com participação de vários países, há previsão da
presença de 115 líderes mundiais, mais de 1000 eventos paralelos foram
programados, com reunião de governos, empresas, ONGs, acadêmicos, e movimentos
sociais, para identificar soluções e metas.
Objetivando
o enfrentamento dos desafios globais mais urgentes.
Tudo está
sendo discutido, desde a reciclagem do lixo, poluição e desmatamento, inclusive
economia e acesso à água potável e energia elétrica, insegurança alimentar,
desigualdades sociais, expansão das cidades, financiamento necessário e
melhores mecanismos na cooperação internacional. Tudo isso estava previsto e
dentro da programação previamente anunciada.
Como
relatei anteriormente, muitos documentos vão ser gerados. O principal deles,
que deverá ser assinado por todos os lideres presentes, ou seus representantes
legais, está encontrando resistência na sua elaboração. Não há um consenso, já
havendo resumo do texto e alguma metas adiadas para 2014, tal a dificuldade que
está ocorrendo.
O Brasil
assume o comando das negociações com a definição de metas para o curto, médio e
longo prazo na orientação aos governantes do nosso planeta, principalmente no
que se refere na definição de metas para o desenvolvimento sustentável como a
água, energia, e a proposta relativa à economia verde, com crescimento, tirando
pessoas da miséria (pobreza), preservar o meio ambiente, evitando crises
financeiras e de empregos, atual quadro que nos encontramos.
A Presidente
Dilma Rousseff viaja hoje (17) ao México onde ocorrerá a reunião do G-20 (grupo
que reúne as maiores economias mundiais). Ela buscará um entendimento entre os
líderes que lá se encontram e não vieram ao Rio+20, principalmente, o
presidente dos EUA, Barack Obama, a chanceler alemã, Ângela Merkel e o
primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, para assinatura do documento
final da convenção da Rio+20, cujo encerramento está previsto para o dia 22
próximo.
Sinceramente,
vejo que a minha previsão estava correta, em vários aspectos, será mais uma
convenção com poucos resultados e quase nenhum avanço. Os países ricos não
estão propensos a pagarem a conta do projeto da economia sustentável. Alguns
países, como a China, acham que é uma responsabilidade comum, porém,
diferenciado, ou seja, os ricos por poluírem mais o planeta tem a obrigação de
pagarem mais.
Existem
propostas e sugestões nesse sentido. A diretora e gerente do FMI, Christina
Largade, apresentou duas formas para custeio de um fundo que venha financiar o
projeto de desenvolvimento sustentável, e a redução de carbono na atmosfera.
Uma opção seria o recolhimento de 0,25 centavos de dólares, pelos países
poluidores, dos combustíveis fósseis, petróleo, por tonelada de emissão de
carbono produzida. Isso geraria um montante de 1 trilhão de dólares em 10 anos,
mais que o suficiente para a manutenção do fundo previsto. Ou, 0,20 centavos de
dólares por galão de combustível consumido pelas empresas aéreas, com geração
de 100 bilhões anuais de dólares, também suficientes para a manutenção do fundo
proposto.
O
grande problema realmente é que há um desencontro muito grande na hora de pagar
a conta desse projeto tão necessário para a sobrevivência do nosso planeta, e
consequentemente nossa qualidade de vida.
Vamos
torcer para que a nossa presidente tenha sucesso na sua iniciativa, no sentido
de conseguir adesão dos líderes que estão no encontro do G-20, e ao mesmo
tempo, com seus representantes na Rio-20, e que seja assinado esse documento
tão necessário para a luta dos que desejam um planeta com melhor qualidade,
como se encontra não pode ficar. Que a convenção tenha um final melhor, em
termos de resultados, comparado com as convenções de 1972 (Estocolmo) e de 1992
(Rio de Janeiro), tendo a formalização do documento proposto, ou um acordo em
torno dele e o cumprimento dos aspectos normativos ali estabelecidos
devidamente assinado.
Vamos
aguardar o final desse evento para podermos fazer uma avaliação mais objetiva
dos seus resultados, fico torcendo para que a minha previsão inicial seja
superada pelo bom censo entre os homens que governam esse planeta tão bonito
chamado terra.
*Escritor
e Poeta
Primeiros dias da Rio+20
Reviewed by Clemildo Brunet
on
6/18/2012 05:36:00 AM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário