ÁS FAVAS COM A CONSTITUIÇÃO
Maria Lúcia Victor Barbosa |
Maria
Lucia Victor Barbosa*
10/09/2016
O impeachment de Dilma Vana Rousseff
começou com manifestações pacíficas, ordeiras, espontâneas quando milhões foram
às ruas de todo país para gritar: “Fora Dilma”. “Fora Lula”. “Fora PT”.
Oficialmente o impeachment se arrastou
por cansativos nove meses. Na Câmara o rito foi travado duas vezes pelo Supremo
Tribunal Federal em nome de filigranas jurídicas. Prosseguiu com o poder dos
deputados se resumindo a permitir o julgamento da cassação. O sim prevaleceu
por larga margem, precedido por bizarros discursos. O não, bem mais reduzido, foi emitido entre
choro e
ranger de dentes, certamente muito mais pelo
medo da perda de privilégios do que por fidelidade a Rousseff.
O desfecho do impeachment se deu no
Senado, sob a providencial presidência do “companheiro” Renan Calheiros e a
condução do presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
Além de “artistas” como o advogado de
defesa de Rousseff e militante petista, Eduardo Cardozo, o espetáculo nauseante
ficou concentrado no quarteto composto pelos senadores e ardorosos petistas
Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, Fátima Bezerra e por Vanessa Grazziotin do
PC do B. Eles foram a essência da esquerda estridente, grosseira, provocadora,
repetitiva, desrespeitosa, dotada de violência verbal no lugar de raciocínio,
useira e vezeira de ardis imorais, de mentiras calculadas.
Ao final o pior resultado, maior do que
as três eleições presidenciais perdidas por Lula: a queda da criatura do chefe
por 61 votos a 20. Acachapante derrota dos que tanto pediram o impeachment de
outros, mas que tiveram cassado justamente um de seus correligionários.
Estaria a democracia brasileira
fortalecida e vitoriosa? Sim.
Entretanto, nas sombras foi urdida uma trama antidemocrática e
anticonstitucional para atenuar o estrondoso baque. Uniu-se o PT, Renan
Calheiros e Lewandowski para violar a Constituição e salvar Rousseff da
inabilitação por oito anos do exercício de funções públicas, sanção que é
integrada à cassação conforme o artigo constitucional 52. Foi o avesso do que
aconteceu com o ex-presidente Collor de Mello.
Estabeleceu-se, assim, a insegurança
jurídica para todos os brasileiros, pois ficou claro que se existem leis
sabe-se agora que não são seguidas pelos poderes mais altos da República.
Bastam acertos de bastidores digno de republiquetas das bananas, sendo os
julgamentos baseados em interesses e amizades de altas autoridades judiciárias
e parlamentares. Em alto e bom som eles disseram a nação: “Ás favas com a Constituição”.
As metas do PT agora são destruir Temer
e acabar com a Lava Jato. Para isso Lula convocou seu exército de baderneiros,
de interesseiros e de incautos às ruas. Ele sabe que o PT está em péssima
situação, que seus projetos populistas soçobraram na pior recessão já havida no
Brasil. O jeito é brutalizar ainda mais a oposição única coisa que o PT sabe
fazer bem. Isso inclui ameaçar, mentir, falsear a realidade, corroer
reputações, partir para terrorismo urbano.
Quem sabe Lula pensa que assim escapará
de seus inúmeros processos, podendo voltar em 2018 para concluir a desgraça que
semeou no País. Está aberta a temporada de caça do PT e não está sendo nada
bonita de se ver.
*Maria
Lucia Victor Barbosa é socióloga
[http:///compose?to=mlucia@sercomtel.com.br]mlucia@sercomtel.com.br
ÁS FAVAS COM A CONSTITUIÇÃO
Reviewed by Clemildo Brunet
on
9/12/2016 06:26:00 AM
Rating:
Nenhum comentário
Postar um comentário