Do poluto ao impávido
Genival Torres Dantas |
Genival Torres Dantas*
Enquanto os
governos do desvairado e poluto lulopetismo imponderado, a atual gestão,
Governo Bolsonaro, está distante de ser impávido, mais próximo de uma amálgama
linguística de despotismo e exacerbação da insensatez. Os dois casos são
sustentados por políticas, portanto, políticos populistas tanto da ramificação
esquerda como da direita, indiscutivelmente fomos premiados por duas situações
distintas no ponto de vista ideológico, mas, com ações e demandas cruciais para
manutenção de uma República Democrática como a nossa.
Por que sejamos
solidários à consumação de um Governo Democrático, jamais seremos coniventes
com quaisquer situações de fato, lesivos aos anseios populares. Após três meses
de governo e, consequentemente, caminhando em direção ao sexto mês, prazo
profetizado pelo ex-presidente José Sarnei, aquele que foi sem ter sido votado
pelo voto direto, hoje, futurista do País desmantelado, o Governo do Jair
Bolsonaro não sobreviria aos 180 dias.
Ideário que somos
do pensamento da direita, por absoluta ausência de simpatia da esquerda do
bolivarianismo déspota, não podia supor que alguém com o discurso aliado ao
pensamento e com ações voltadas a Deus, tivesse um comportamento tão vulnerável
as intempéries provocadas por sabujos adoradores de ídolos de panos sequiosos e
malversadores da ordem e do progresso, uma atitude dos vassalos indomáveis da
moderna organização política e social.
Nos últimos dias, o
Presidente Bolsonaro não suportando a pressão da esquerda malévola, não se fez
de arrogante e começou a receber os presidentes de partidos políticos, num
gesto de aproximação, primordialmente, com objetivo de simpatia e apoio ao seu
projeto de reforma da Previdência, tutelado pelo Ministro da Economia Paulo
Guedes, uma demonstração clara que sem apoio do Legislativo o Executivo está
completamente fadado ao insucesso nas aprovações que sejam imprescindíveis aos
atos de origem do Governo Central.
Numa segunda
demonstração de incapacidade de governabilidade, sem envolvimento de práticas
da política não tão distantes, governos anteriores, o executivo, numa atitude
de extremo intervencionismo, contraditório, pois do tão alardeado discurso
liberalista usado em campanha política, foi curto e grosso ao determinar, via
telefone, ao Presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, a suspensão do
último aumento de preços para o óleo diesel.
Essa prática de
ingerência faz parte de um tempo pretérito, cujo efeito é de repercussão
inimaginável, as consequências foram imediatas, com a queda das ações da
empresa, na bolsa de valores, no mercado, ademais, desconfiança dos próprios
apoiadores do Governo, tanto da classe política como do empresariado nacional
que temem outros desplantes do Presidente, em prejuízo da economia como um
todo.
Fica evidenciado o
marasmo que é o Governo em andamento, por culpa do comportamento das atitudes
da oposição pela oposição irresponsável e o temperamento intempestivo do
próprio Presidente, sem papa e nem freios na língua, com colocações indevidas e
desnecessárias, numa linguagem despropositada, com revés desatinado, como que
algo esteja ou vai lhe incomodar, muitas vezes em resposta ao provável e
improvável, caso específico de uma insinuada greve dos motoristas e suas
consequentes sequelas.
Face aos dois fatos
distintos, porém correlatos, fica a nítida impressão da absoluta falta de
firmeza nos atos presidenciais, bastou à rigidez de comportamento do congresso
quando da necessidade de apoio ao Projeto da Previdência para que o Presidente
Bolsonaro recuasse e chamasse ao diálogo os formadores de opinião dentro dos
partidos políticos, não, sem, entretanto, demonstrar qualquer gesto semelhante
ao dando que se recebe, mas, deixando patente, na queda de braço com o
Congresso, a vitória dos incautos está próxima.
Na outra situação,
a imprudente atitude de intromissão do Presidente da República junto ao ato de
reajuste autorizado pelo Presidente da Petrobrás, configura a desautorização
que pode ser catastrófica, considerando os envolvidos, empresa, acionistas,
mercado e outros atingidos, tal qual o Superministério da economia, na figura
do Ministro Paulo Guedes que ficou sabendo da empáfia do seu Chefe, via
imprensa, quando estava no exterior em reunião com o FMI (fundo monetário
internacional), e controla a saúde financeira do País.
É bom salientar,
caso o Ministro da Economia do Brasil, Paulo Roberto Nunes Guedes, ou o da
Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sergio Fernando Moro, isolados e
conjuntamente, venham, por razões diversas, se desligar ou desligarem da atual
administração, eles que são os pilares de sustentação do Governo, a situação
piora exponencialmente. É de bom alvitre, o Senhor Presidente da República,
andar devagar do andor, pois o santo é de barro, tudo na vida tem limite,
inclusive o aço tem fadiga. Futicar ou pungir onça com vara curta somente
nossos irmãos índios podem avaliar o estrago.
Genival Torres Dantas
*Poeta e Escritor
genivaldantas.com.br
Do poluto ao impávido
Reviewed by Clemildo Brunet
on
4/16/2019 08:40:00 AM
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