Assim Como O Homem, O País E O Político Não Nascem Prontos
Por
Genival Torres Dantas*
O pragmatismo apresentado
pelo presidente Bolsonaro após eleição de 2018 e início do seu governo foi
trocado por um ar de aceitação, até mesmo estimulado exercício de
companheirismo comercial nessa jornada em direção à manutenção dos aliados e
conquista de novos, principalmente quando se trata do cliente número 1 das
nossas exportações, colocação distante do cliente preferencial do Jair
Bolsonaro, EUA.
Era de se esperar uma
mudança, não diria radical, entretanto, mais próxima da nossa realidade, quando
dependemos de exportações para balancear as importações que fazemos ao longo
dos anos, ultimamente sustentada no agronegócio e as commodities minerais.
Um dos grandes problemas
brasileiro que pode obstar o projeto na investida nos mercados internacionais é
o modelo modal em maior escala, transporte terrestre, responsável pela
movimentação de 61% da nossa produção, e 95% dos passageiros em estradas mal
conservadas, impedindo maior volume de cargas na sua malha rodoviária, com
apenas 12,4% de pavimentação asfáltica.
A 23ª edição da Pesquisa CNT
de Rodovias 2019, confederação Nacional de transportes, nos mostrou total de
108.863 de km de asfalto nas estradas, grande parte em estado de deterioração.
Portanto, verdadeiro ferrolho para qualquer plano expansionista a que venha
usar essa modalidade de transporte.
Nesse caso, com estradas mal
conservadas, o transporte rodoviário aumenta em 28.%, ademais, há estudos que o
País desperdiçará mais de 900 bilhões de litros de diesel, correspondente ao
prejuízo de R$3,3 bilhões para o setor, sem contar com o custo para o meio
ambiente que sofrerá com adicional de 2,46 milhões de toneladas de dióxido de
carbono (CO2).
Esses valores vão para o
custo Brasil, ou seja, o cliente para a conta. Se fôssemos enumerar todos os
fatores negativos quando se usa uma estrada sem os devidos valores de
segurança, sem a observância da vida humana veríamos que teríamos em primeiro
lugar tratar o escoamento da produção nacional, até acesso aos portos, para
depois pensar em trabalhar o aumento nas exportações. É fundamental que se
priorize a recuperação das nossas estradas para que ela não seja impeditivo nos
nossos negócios internos e externos.
Outro tema que tratei no
texto anterior foi o caso do senador Flávio Bolsonaro, situação que parecia
restrito apenas ao MP do Rio de Janeiro, assunto antigo e que querem
autorização para julgar o Senador, ele tem foro privilegiado, muito embora se
trate de demanda da época que ele era deputado pelo Rio de Janeiro.
Essa situação encontra-se
sob malhete sobre a mesa do presidente do STF ministro Dias Toffoli. O
interessante e por isso seu IBOPE é alto, a imprensa levantou a hipótese de
interveniência junto aquela Casa de Justiça, ainda, envolve o antigo Coaf e o
assessor do Senador, o Queiroz, arrolado em outro processo.
Outro assunto que tomou
atenção dos brasileiros, durante a semana, foi a decisão do Presidente
Bolsonaro de deixar a sigla PSL, pelo qual foi eleito, agora parte para outro
partido, agora ele quer integrar o partido Aliança pelo Brasil, cuja criação
está em andamento. Há uma série de Deputados, total de 27, praticamente ai
deixar do mesmo PSL e passar para o Aliança, entretanto, há impedimentos
legais, não com o Presidente em si, ele é o Senador Flavio Bolsonaro são
majoritários.
Esses 27 deputados do PSL e
ou outros que queiram fazer a portabilidade podem até fazê-la, se efetivamente
o novo partido, no caso o Aliança, for constituído, caso contrário vão ter que
esperar uma nova legislatura, coisas da política e dos políticos.
Caso se efetive a transferência
do Presidente Bolsonaro, para qualquer partido, o PSL não deve se queixar
muito, pois Bolsonaro já tem oito trocas de partidos, PDC, PPR, PPB, PTB, PFL,
PP, PSC e agora o PSL.
É de se imaginar que o nosso
Presidente não tenha menor apreço por partido político assim como é indiferente
ao apoio desses partidos, preferindo negociar caso a caso, na hora das
votações, dessa forma, base eleitoral nunca foi sua preocupação.
Perguntaria até, qual a
consideração que ele tem pelos seus auxiliares diretos, tipo ministros e
secretários, pelo que temos observado até mesmo seus antigos superministros e
ultimamente relevados apenas a categoria de mortais ministros, esses dois
senhores não devem se sentir em posição confortável, refiro-me ao Sergio Moro e
Paulo Guedes, dois verdadeiros sustentáculos do governo Bolsonaro.
Genival
Torres Dantas
Genival Torres Dantas |
*Poeta,
Escritor e Jornalista
genivaldantasrp@gmail.com
Assim Como O Homem, O País E O Político Não Nascem Prontos
Reviewed by Clemildo Brunet
on
11/18/2019 06:15:00 AM
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